sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Natal alvissareiro





Rosa Firmo
 
Eis que chega o Natal alvissareiro
Monges entoam cantos de alegria
Orquestrados no silêncio da abadia,
Comovendo coração sobranceiro

Cada ano renova-se a esperança,
Nova vida e plano elaborado,
Expectativa de um mundo humanizado,
Homens fazem com Deus nova aliança.

O espírito de fé se reanima,
Sinos de Belém soam em harmonia,
Alegrias agora são tamanhas...

Porque o menino em seu poder Divino
Transforma durezas dos corações
Numa fé a qual remove montanhas.

Vale do Rosário










 Rosa Firmo


 É lastro verde onde canta o riacho

Inunda de beleza os vastos prados

Por trás a montanha onde o sol em facho

Ilumina com raios derramados.

 

O camponês despede-se do dia

Saúda o milharal que ali floresce

A cerca tremula na lama macia

O cristalino orvalho a flor umedece.

 

Nos verdes prados, cheiro da gameleira,

Pássaros a cantar no juazeiro

Num ritmo e compasso tal orquestra

 

O cavalo azulão salta a porteira,

Come o verde capim no outeiro

Lua derrama-se sobre a floresta.

 

 

 

  
    


domingo, 7 de outubro de 2012

Dicas de Incentivo à Leitura

Dicas de incentivo à leitura - para professores




 Sendas Perfumadas
   (Pequenas Ideias Viscerais)

   “Sendas Perfumadas” é o mais recente trabalho de Rosa Firmo, onde são abordados temas do cotidiano das pessoas, como o amor, a convivência, o diálogo, a ansiedade, os valores..., fazendo-nos descobrir um olhar especial diante do mundo. Lúcia Macedo. Pedagoga, integra a Academia Lavrense de Letras.
  
Dê livros de presente aos seus filhos.

Leia uma historinha para os seus filhos antes de dormir

Leia uma poesia para o seu aluno

Demonstre que você também lê: se estiver lendo um livro, carregue-o para a sala de aula.

Compartilhe, empreste seus livros.

Convide escritores, ilustradores e editores para visitar a escola. Inclusive os blogueiros.

Frequente: bibliotecas, livrarias, gibitecas, bancas… e outros redutos literários. Inclusive os virtuais.

Dê livros de presente aos funcionários de sua escola.

Trate bem aqueles que divulgam os lançamentos literários!

Estimule as pessoas a continuarem os seus estudos.

Ensine um adulto a gostar de ler. Alfabetizar não é formar leitor. Leitura está associada ao amor pelas palavras, pela linguagem, pela vida!

Assine revistas e jornais. E leia aqueles que estão disponíveis gratuitamente na rede!

Escreva no quadro, antes de começar uma aula, um pensamento, alguns versos ou um haicai.

Trate bem aqueles que divulgam os lançamentos literários!

Estimule as pessoas a continuarem os seus estudos.

Copie letras de música e chame os alunos e amigos para cantar. Ou então use o karaokê.

Vá à praia num dia tranquilo, caminhe por um parque, aproveite o silencio e leia o que vai por dentro de você.

Colecione catálogos de editoras. Leia suas ofertas na rede.

Colecione álbuns de figurinhas.

Faça uma serenata.

Leia o mundo que está a sua volta.

Leia na fila do banco. No consultório. Na condução. Na escola.

Envie e-mails para os amigos sugerindo bons livros.

Dê livro de receitas de presente para aquele amigo que adora cozinhar.

Estude uma outra língua. Assim você estará lendo uma outra cultura.

Desperte a curiosidade em alguém: abrace o livro que você acabou de ler. "O que será que ele tem de tão bom?!"

Desmistifique a escrita. Escreva. Torne-se autor.

Publique. Tenha um blog.

Incentive outros a escrever, a publicar, a ter um blog.

Leia e comente sobre o que outros blogueiros escreveram.













quarta-feira, 1 de agosto de 2012


O Amor

Ana Paula Bezerra Machado

"O que dizer sobre o amor?
Talvez seja um enumerado de dúvidas
Ou até mesmo progressão aritmética infinita
Outros diriam que é o melhor e maior dos sentimentos
Mas ouso dizer que pouco se defini
O importante é sentir
Deixar-se envolver
Mesmo confuso
Dolorosos às vezes
É bem melhor sentir".

A mais nova poetisa da família Bezerra.

Com o apoio da tia Rosa



RIACHO SANTO 

Alzir Oliveira

Sumiu da minha infância o campo belo,
Mergulhado em turbilhão de água barrenta,
Das planas terras vasto lago se apossou,
Investiu contra colinas e barrancos,
Velhos coqueiros, testemunhas de outros tempos,
Frondosa margem de um riacho santo,
Rosário longo que já não se reza,
Palco de histórias que já não se contam,
Soterrada a memória e a gente franca,
Que viveu anos a fio - velha planta.

Do fundo das águas, ecoando, se ouvirão
Os gritos do vaqueiro Cuné,
As histórias de Lixande Leite,
As gargalhadas de Dão,
As rezas de Rita Vieira,
As vozes dos penitentes da Semana Santa...

Por sobre as águas, um movimento esquecido;
Na superfície, uma vasta solidão.

06/03/03 
1-       Riacho do Rosário, município de Lavras da Mangabeira, ribeira bastante povoada até a década de 60, hoje transformada em barragem que cobriu uma vasta extensão, exatamente aquela extensão que a minha infância alcançava.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Como posso ser feliz?"

Como posso ser feliz?


No entanto, estranhamente, minha impressão é que as pessoas que vivem em países de grande desenvolvimento material são de certa forma menos satisfeitas, menos felizes do que as que vivem em países menos desenvolvidos.

Esse sofrimento interior está claramente associado a uma confusão cada vez maior sobre o que de fato constitui a moralidade e quais são os seus fundamentos. A meu ver, criamos uma sociedade em que as pessoas acham cada vez mais difícil demonstrar um mínimo de afeto aos outros. Em vez da noção de comunidade e da sensação de fazer parte de um grupo, encontramos um alto grau de solidão e perda de laços afetivos.

O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento e desenvolvimento econômico, que reforça intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inveja.

E com isso vem a percepção da necessidade de manter as aparências por si só uma importante fonte de problemas, tensões e infelicidade. O descaso pela dimensão interior do homem fez com que todos os grandes movimentos dos ultimos cem anos ou mais - democracia, liberalismo, socialismo - tenham deixado de produzir os benefícios que deveriam ter proporcionado ao mundo,apesar de tantas idéias maravilhosas.

Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa.

Considero que a espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano - tais como amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros.

É por isso que às vezes digo que talvez se possa dispensar a religião.

O que não se pode dispensar são essas qualidades espirituais básicas.

O amor é o circulo infinito de brincar com a magia da Vida

resumo extraído do livro "uma Ética para o novo Milênio"

(Dalai Lama)

domingo, 22 de julho de 2012


Um Adeus. Uma Saudade

 Nazaré por longas décadas atravessou caminhos sinuosos com paciência e resignação. Uma infância devotada às tarefas domésticas para ajudar seus pais na condução de granjear uma família numerosa. Sendo ela a mais velha foi babá da maioria de seus irmãos, além do trabalho árduo da roça, ela foi professora de catequese e também costureira da família. Catequisou seus irmãos, e primos, entre muitas outras crianças que residiam aos arredores no Sítio Tapera.

Como costureira curiosa, ela era muito meticulosa, media tudo na ponta do lápis. Mesmo sem os recursos necessários, costurava todo tipo de roupas, até paletó de linho ela chegou a confeccionar; apenas com um rápido curso que fez em Cedro, convidada por sua irmã Rosinha de Pedrinho.

Muito obediente aos pais, Nazaré pautou sua vida com muita retidão. Personalidade forte, não fazia distinção a nenhuma pessoa do seu convívio. Era a filha estremada de Guilhermina e Ioiô, por ser muito obediente. Carrega consigo o dom de uma mártir.

Vocacionada para a vida religiosa, seu desejo não se consolidou. Sua carreira foi tolhida por caprichos de seu pai. Suplantou seu maior sonho para cumprir obediência. Carregou este desengano pela vida a fora por não cumprir-se o seu ideal de ser freira.

Sendo ela amiga de Ilza Machado, uma congregada religiosa, sublimou seu desejo dedicando-se a Irmandade de “Filhas de Maria”, junto a sua grande amiga, devotando a vida com trabalhos pastorais e retiros espirituais, em Lavras.

 Na sua vida predestinada para o sofrimento, ainda jovem, Nazaré foi vítima de uma doença discriminatória que maculou sua vida, sua história, um estigma infame que perdurou por muitos anos, contudo, sobreviveu com resignação.

Sabemos que Deus nunca nos abandona. Nazaré experimentou por um curto período a alegria de realizar um sonho oculto. Casar-se. Ela contraiu núpcias com José Machado, essa prerrogativa durou pouco tempo, ao completar nove anos de casados, Deus levou o seu amado José. Logo após sua viuvez, Rosinha sua irmã acolheu-a na sua casa em Cedro, onde ficou por alguns anos, em seguida passou a morar sozinha em sua casinha em Cedro. Com os problemas de saúde agravados Toinha e Sevé suas irmãs dedicaram assistência até seu último momento. Resta-nos a saudade silenciosa como a bruma e as lembranças que ficaram eternizadas como dramas.

As lembranças constroem um caminho que chega até o nossa alma e consegue ensinar a dizer adeus às pessoas que amamos, sem tirá-las do coração.


terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

COBEC - QUITAIÚS

"Gratidão é uma sensação tão agradável... Cresce onde sementinhas são lançadas, floresce sob o sol. De um coração caloroso e bom, cresce mais quando é cuidada”.


Nem todas as pessoas que passam em nossas vidas encontram tempo para partilhar e praticar ações positivas e enobrecedoras. Isso nos mostra o quanto a solidariedade, a consideração o reconhecimento foi tão bem demonstrado pelos integrantes do COBEC de Quitaiús.

Agradeço imensamente sem esquecer o oportuno e benquisto gesto, o favor, o préstimo - a mão que me foi estendida. Não ousando discutir a qualidade do tratamento, pois não há como mensurar gestos tão nobres. São raras as oportunidades em que recebemos reconhecimentos e bons serviços sem interesses.

Obrigada “Miguelina” e equipe, pela brilhante festa, mesmo que a palavra, obrigado signifique tanto, não expressará por inteiro o quanto o gesto inteligente, atencioso e delicado, proporcionou e significou para nossa terra nesse momento histórico.

A gratidão é uma das virtudes mais apreciáveis, mesmo quando exprimida com o gesto mais simples. Expresso meus sinceros agradecimentos a Coordenadora do COBEC, a Senhora Miguelina Salviano e equipe:

Fransílvia Ferreira da Silva Braga;

Nicácia Maria Gurgel Sampaio;

Francisca Maria Barbosa de Souza;

Rhafael Bezerra de Marais;

Alexsandro Rodrigues Bezerra;

Cícera Nágela Almeida Santos Souza;

Veruzia Soares de Araujo;

José Maria do Nascimento;

Maria Aparecida Pessoa Marinheiro;

Francielda Diniz Souza e

Dameana Ferreira da Silva Braga
E ainda ao professor Alex Bezerra, aos integrantes da Banda de Pífano, da Camerata de violão, flautistas e voluntários.
Rosa Firmo
















NAZARÉ


Homenagem - 80 anos de Nazaré







“Nada termina até o momento em que se deixa de tentar. Nazaré teima em tentar com a vida mesmo fugindo os sentidos.”

Essa reunião é mais uma forma de celebrar a vida. A vida de Nazaré que por longas décadas atravessou caminhos sinuosos com paciência e resignação. Não é fácil expressar com palavras a dimensão dos obstáculos enfrentados por ela ao longo de sua vida. Uma infância devotada às tarefas domésticas para ajudar seus pais na condução de granjear uma família numerosa. Sendo ela a mais velha foi babá da maioria de seus irmãos, além do trabalho árduo da roça, ela foi professora de catequese e também costureira da família. Catequisou seus irmãos e muitas outras crianças que residiam aos arredores no Sítio Tapera.

Como costureira curiosa, ela era muito meticulosa, mesmo sem os recursos necessários, costurava todo tipo de roupas, até paletó de linho ela chegou a confeccionar; apenas com um rápido curso que fez em Cedro, convidada por sua irmã Rosinha de Pedrinho.

Muito obediente aos pais, Nazaré pautou sua vida com muita retidão. Personalidade forte, não fazia distinção para nenhuma pessoa do seu convívio. Era a filha estremada de Guilhermina e Ioiô, por ser muito obediente. Carrega consigo o dom de uma mártir.

Vocacionada para a vida religiosa, seu desejo não se consolidou. Sua carreira foi tolhida por caprichos de seu pai. Suplantou seu maior sonho para cumprir obediência. Carregou este desengano pela vida a fora por não realizar-se como freira.

Sendo ela amiga de Ilza Machado, uma congregada religiosa, sublimou seu desejo dedicando-se a Irmandade de “Filhas de Maria”, junto a sua grande amiga, devotando a vida com trabalhos pastorais e retiros espirituais, em Lavras.

Na sua vida predestinada para o sofrimento, ainda jovem, Nazaré foi vítima de uma doença discriminatória que maculou sua vida, sua história, um estigma infame que perdurou por muitos anos, contudo, sobreviveu com resignação.

Sabemos que Deus nunca nos abandona. Nazaré experimentou por um curto período a alegria de realizar um sonho oculto. Casar-se. Ela contraiu núpcias com José Machado, essa prerrogativa durou pouco tempo, ao completar nove anos de casados, Deus logo levou o seu amado José.

É confortante, gratificante e muito honroso, o gesto generoso de Toinha e sua filha Laene e esposo Eriberto, que hoje estão amparando-a, diante do quadro que ela se apresenta, e ainda as cuidadoras: Cícera e Valmira e Fátima, que se dedicam aos cuidados da higiene tão necessária, dela e da casa. Com certeza, ela sente-se agraciada, como todos nós.

Nazaré: gostaria de estar hoje com você, para celebrarmos juntas as experiências dolorosas e gloriosas de muitos anos na Tapera e Fortaleza, pois, acompanhando-a observei que você procurava sempre aceitar com resignação todos os percalços e muito sofrimento. Parabéns minha irmã pelo teu espírito forte! Deus acompanhe em todos os momentos, bem como os que cuidam de você.

“A vida é um infindo buscar

ante frágil arquitetura,

ou um rebuscar

do sonho

posto em tijolos

de macias esperanças”.

Giselda Medeiros.

Sinta-se abraçada por sua irmã Roseli.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O mundo é minha casa









"O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito."  François La Rochefoucauld, moralista francês 1613-1680.

Cuidado e escuta ecológica

Quem acende a luz da consciência, está capacitado a conviver com mais leveza.

A preocupação mais acertada do mundo é perceber e estarmos atentos aos menores detalhes que possam afetar o meio ambiente. Para auxiliar nesse processo poderemos adotar uma postura adequada, e com um simples gesto na prática diária, vivenciar experiências como: não deixar a torneira aberta enquanto ensaboamos as mãos ou escovamos os dentes, deixar uma lâmpada acesa em um cômodo da casa onde não permanece ninguém, comer um doce e jogar o papel na rua, andar com o carro desregulado, atirar lixo pela janela do carro, economizar e reciclar plástico e papel. São muitas as ações simples e fáceis que se pode praticar sem muito esforço. É o caminho que se pode percorrer sem a necessidade de nos envolvermos em grandes projetos de organizações ambientalistas e pacifistas ou fazer discursos exaltados.


Devemos amar e respeitar à natureza e às coisas da Terra! Sem eles... Não sobreviveremos. Defender essa bandeira não é mais uma escolha, mas uma necessidade. Há muito tempo, em 1854, um chefe indígena, Seattle¹ escreveu uma suposta carta ao Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce. Num dos trechos pode ser lido: "(...) a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra."


Nós somos apenas hóspedes que alojamos temporariamente esta casa e ao invés de amá-la, respeitá-la e protegê-la, retribuindo a hospitalidade, extrapolamos o seu "poder”... O importante hoje, é que, cada um de nós desenvolva essa consciência de agir com mais atenção às pequenas coisas que afetam o meio ambiente e ao nosso próximo, usando de civilidade e respeito mútuo. Não se trata apenas de uma escolha, e sim de uma necessidade básica para nossa sobrevivência num planeta tão povoado, deveremos usar o princípio da simplicidade e ecologia mental. Segundo George Bernard Shaw², “só triunfa no mundo quem se levanta e procura as circunstâncias, e, se não as encontra pode-se criar”. Na certeza de nosso esforço diário, aos poucos construiremos um mundo melhor.

1- Seattle, chefe indígena americano. (Texto de domínio público distribuído pela ONU).


2-George Bernard Shaw nasceu em Dublim- Irlanda. Socialista, vegetariano, escritor e dramaturgo.