domingo, 30 de janeiro de 2011

Orvalho

Rosa Firmo
Quando acariciei a relva fria
No jardim da esperança,
Minha mão iluminou-se
De uma magia delicada
Como orvalho que permeia
As flores da madrugada.
Ah, minha alma enluarou-se
E vibrou como criança
Deslumbrada pelos prados
Emoldurados de minhas lembranças.

Quando acariciei a chuva fina
No jardim da esperança
Meu rosto iluminou-se
Qual orvalho da bonança
Surgiu um sublime esplendor
Emanado da mão divina-serena,
Meu corpo úmido vibrou
Na magia doce e plena.

Quando acariciei a mansa brisa
No jardim da minha infância
Abriram-se botões de rosas
Pétalas macias em abundância
Minha alma engravidou
De sonhos dourados de esperança
No silêncio da madrugada
Na espera do vento da bonança.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Descendência

Impregnado em meu ser
Carrego a linhagem dos Bezerra
Com cheiro de leite.
Nas minhas entranhas
Vibra a firmeza em correnteza
Do Firmo que se firma
No brio do meu espírito.



No meu sangue correm os sonhos
Os sonhos dos Sampaio, Bezerra e Firmo
Que se entrelaçou num só clã.

Busco nas asas do vento
O cheiro da infância
Debruço-me nas pedras do riacho do Rosário
Com a mão o destino
Recolho a água que me banhou
O vento soprou o tempo passou
Cicatrizando tudo que a vida desenhou.

Ontem


Ontem ainda tinha vinte anos
Acariciava o tempo sem pressa
Alimentava muita esperança.

Ontem eu tinha ainda quarenta anos
Caminhava com certa ânsia
Tentando alcançar
Meus objetivos sem ganância

Ontem eu tinha ainda cinqüenta anos
Estava correndo a cada instância
Para recuperar o tempo perdido
Que desperdicei na minha infância.

Ontem eu tinha ainda sessenta anos
Com expectativa e sem desanimar
Caminhando um pouco mais devagar
Embora saiba, o tempo é pouco
Diante do que pretendo realizar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vestígios






Rosa Firmo

Tenho nas mãos
Vestígios de perfume
Da flor de jasmim
Que umedeceu minha infância.
Tenho nos pés
A nódoa vermelha
Do barro de São Francisco,
Dos caminhos percorridos
Na busca do ser.
Tenho nos olhos
A força e um propósito
O desejo de vencer,
Violar normas,
Quebrar grilhões,
Registrar memórias.

Bisaco de Pensador

MC. Garcia (poeta e filósofo do RN)

Trecho do seu livro cordel

Carrego ideias no meu
Bisaco de Pensador
São poetas e filósofos
Justo no bem, no amor
Sou arauto da palavra
Da poesia, lavrador.

No meu humilde Bisaco
Tem poeta nordestino
Do romance ao cordel
D moira ao desatino
Reflete todos mortais
Que terão mesmo destino.

E vem de remotos tempos
Epopéia Universal
Ilíada e odisséia
Velha poesia oral,
Desse poeta Homero,
Trovador descomunal.

O fundamento oral
Leva nome poesia.
E por sua vez, Parmênides
Fez sua filosofia
Poema da natureza
Base de ecologia.

No meu bisaco tem Sócrates,
Aristóteles, Platão
A Filosofia grega
Trazida por geração,
Pré-socráticos, também:
Heráclito e Zenão.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sobre sua Crônica Cruzeiro

Uma descrição com riqueza de detalhes, onde na mente criei a imagem através dos fatos. Toda a natureza nos encanta. Por mais que os olhos a contemplem, a beleza nunca cansa nem esgota a grandiosidade da criação. E aos olhos dos poetas há uma dimensão maior, pois a mente revela nas palavras o que outro olhar deixa despercebido ou na obscuridade O texto registra mais uma aventura na sua vida, que será arquivada no baú das recordações como tatuagem que nunca apaga carregada do sorriso a cada lembrança.
Abs. Sonia Nogueira
Jania Souza publicou no seu Mural.


"Poema para Rosa
(À poeta Rosa Firmo pela passagem do seu natalício em 08/01/11)

Por: Jania Souza

No ar, há perfume
da mais saborosa rosa
rosa cearense
rosa com gosto de lua
rosa onda esmeraldina
dançante espuma
no bico da graúna

rosa meiga irrequieta
pétalas soltas ao vento
solfejo de quebra mar
no canto da açucena

rosa criança mulher
fagueira ardente
brisa de amor perene

rosa encanto sedução
sereia anjo canoro
libélula formosa
transparente poiesis

rosa da cor do amor
apaixonante sonho de mulher

rosa sensível
criativa
útero poema
romântico verso

rosa andante
circundante
maestrina de fina iguaria

teu horizonte
trouxe-me o cheiro do amor
na flor do teu olhar
onde revela a terna menina
sempre bela e eterna
no andor das tuas telas
no ardor do teu verbo
quando só pensas em amar.

Parabéns! Querida amiga, és muito querida entre teus amigos, pois soubeste cativá-los com carinho e sorrisos.

Beijo no coração, Jania Souza"

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Canção ao mar Azul

Ó mar azul
Traz-me o bálsamo
Do teu sal
Para o cerne do meu ser
Encontrar o centro
Ó mar azul
Traz-me essa cor que me acalma
Transcende meu ser
alimenta minha alma
Ó mar azul
Traz-me essa fonte de energia
Para aumentar minha alegria
Ó mar azul
Traz-me a mansidão dos golfinhos
Para cultivar em mim
E alimentar a inteireza, manter minha sanidade.
Ó mar!
Enquanto murmuras
Saudosa melodia
Sob a batuta do vento
Tal qual uma orquestra lírica
Derrama teus queixumes
Sobre a branca areia
Maltratada .....