quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Poemas de Rizolete Fernandes - Natalense















                                                                      
Rio Potengi - NR - Tela Rosa


CHRONOS                                               

 Vai embora

o tempo

inexoravelmente

hora por hora

minuto segundo                                                          

feito agora



CRONOS

Se marcha

el tiempo

inexorablemente

hora a hora

minuto segundo

sucediendo a hora.

VENTO DA TARDE

Em tempo próprio de ser

maroto o vento da tarde

entra sem pedir licença

e põe-se a desmantelar

da casa portas e alma

Espalha papéis ao chão        

invade secretos nichos

arranca folhas à planta

que verdeja minha sala                                      


Assovia em meus ouvidos

faz folia em meus cabelos

e parte ao sentir a noite

levando consigo a calma

enquanto dura a estação .                                                     



Extraídos de Vento da Tarde (Viento de La Tarde), Rizolete Fernandes, Editora Sarau das Letras (RN-Brasil) & Trilce Ediciones (Salamanca-Espanha), 2013, Tradução e Prólogo de Alfredo Pérez Alencart (Traducción y prólogo de Alfredo Pérez Alencart). Contato: mrizolete@yahoo.com.br e rizoletefernandes@ig.com.br








quarta-feira, 20 de novembro de 2013

                                        



Natal Alvissareiro
Rosa Firmo

Eis que chega o Natal alvissareiro...
Monges entoam cantos de alegria
Orquestrados no silêncio da abadia,
Comovendo coração sobranceiro.

Cada ano renova-se a esperança,
Nova vida e plano elaborado,
Expectativa de um mundo humanizado,
Homens fazem com Deus nova aliança!

O espírito de fé se reanima,
Sinos de Belém soam em harmonia,
Alegrias agora são tamanhas...

Porque o menino em seu poder divino
Transforma durezas dos corações
Numa fé a qual remove montanhas.


O Natal nos convida a crer no futuro e esquecer
o passado.

Feliz Natal! Para todos os que me rodeiam neste universo.

                                                         

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Aparência ou essência?



Aparência ou essência?

Rosa Firmo

Parque São Lourenço - Minas Gerais


"O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito."  François La Rochefoucauld. Que o ano que se aproxima

   Quando ignoramos os feitos dos nossos humildes antepassados, desprezamos os benefícios deixados para a história e acreditamos somente nos que fizeram grandes obras, ou creiamos que também na atualidade só tem valor os gênios intelectuais renomados, ou os milionários. Com este pensamento poderemos esbarrar em situações conflitantes, escolhas desse tipo demonstram que nos preocupamos mais com a aparência do que com a essência. Há tantas humildes criaturas de feitos extraordinários que fizeram e fazem grandes benefícios para a humanidade e não são reconhecidos. Não estão na mídia, encontram-se no anonimato. Quais têm sido nossas atitudes ante a este mundo de adversidades de desigualdades sociais? Qual o nosso legado que poderemos deixar para a posteridade? Como agimos com os nossos semelhantes? Silenciamos para não nos confrontarmos? Para não escutar a verdade? Quando não sabemos sobre as atitudes dos nossos semelhantes não deveríamos julgá-los ou intitula-los pela sua aparência.
Não deveríamos tão somente nos preocupar com os nossos feitos, ou pelo que deixamos de fazer. É comum que logo as pessoas esqueçam as coisas boas que se fez ou venhamos a fazer. Preocupemos ser alguém diferente. É mais prudente deixar de lado a ênfase em “aparecer,” isso demonstra que somos vazios e superficiais. Segundo Roberto Shinyashiky, o drama é que, hoje em dia, o mundo exige que as pessoas busquem freneticamente pelo sucesso, e o menor deslize pode ser punido com o desprezo. Parece que, se a pessoa não for sensacional em tudo o que faz, será um perdedor". No entanto a essência é sinônimo de plenitude. Somos mais significativos quando adotamos uma postura de simplicidade e de compreensão perante os acontecimentos de nossa vida.


domingo, 4 de agosto de 2013

Peça O Duelo com Aury Porto





Aury Porto – O ator lavrense apresentando-se no TJA

Peça O Duelo abre mão dos formatos tradicionais de palco

"O Duelo" - Espetáculo da Mundana Companhia. A temporada em Fortaleza começa na sexta, 02, prosseguindo até 11 de agosto, 2013 sempre às quintas, sextas, sábados e domingos. Às 19 horas, no Teatro José de Alencar.

A novela "O Duelo", de Anton Tchekhov, é ambientada numa pequena cidade do interior da Rússia. Ali, nada parece acontecer de extraordinário. A chegada de um casal irá mexer com o cotidiano da cidade. Ele, um funcionário público, mais dado ao ócio do que ao trabalho; ela, uma mulher casada. Completam a história um zoólogo de ideias radicais e um diácono amante do riso. Um dos marcos da novela é a narrativa, que muda de ponto de vista em seu decorrer.




Camila Pitanga

sábado, 27 de julho de 2013

Lavadeiras da Tapera








Dialogando com Cora Coralina





                            
Tela de Rosa Firmo

Lavadeiras almas lavadas
Céu azul. Anil na bacia.
Roupas nas pedras alvejadas.
 Cora Coralina


Cantilenas solfejadas
Na estreita estrada medra
No rio ou no açude
Entre água, sabão e pedra.

No rio no açude, todo dia,
Lavadeiras na estrada vão
Ensaboam toalhas brancas
Na água doce e no sabão

Uma pedra, um sol escaldante
Trabalho duro, mãos enrugadas
Cantarolando mantêm-se alegres
Das roupas brancas bem lavadas.

Água, sabão, quarador ao sol
Chapéu de palha, roupas em anil
Numa prática dura e simplória
Nos dias quentes do sertão de abril.