sábado, 1 de outubro de 2011

Mostra: Poemas Ilustrados – Intertextualidade


Data: 20/09/11

Local: Academia Cearense de Letras

“A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos.” Os poemas, e as músicas que irei apresentar não há um diálogo direto entre ambos, apenas estão ligados em partes.

O objetivo dessa singela mostra é voltar um novo olhar sobre o tema intertextualidade. No caso específico e de modo diferenciado, procurei reunir as três artes: poesia pintura e música, numa justaposição.

Se retrocedermos no tempo, até a Grécia antiga, berço cultural de nossa civilização ocidental, é fundamental entendermos essa relação e veremos que a poesia e a música nasceram juntas. Como exemplo, observemos que nesse período essas duas artes eram praticamente inseparáveis, reforçando a informação de que a poesia tinha sido feita para ser cantada. Já falavam os antigos trovadores provençais e menestréis medievais que a poesia sem a música é como o moinho sem água. Unidas, tem algo do movimento, do ritmo. Hoje vejo que a poesia está além da estrutura comum, pois, existe também caso de intertextualidade implícita, em que a partir do texto original, constrói-se um novo texto, que se insere em outro contexto, isto é no texto primeiro, Esse recurso é usado também pelos romancistas.

Na maioria das composições remeto-me aos tempos da minha infância, onde presenciei os mais velhos da família reunidos no alpendre da casa grande, cantando modinhas, recitando máximas, contando causos, declamando cordel e as mulheres tecendo rendas e bordados. E quando na escola era obrigatório para todos os alunos declamarem poemas de Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Cassimiro de Abreu, entre outros, bem como recitação de jogral. Tudo se acha no passado, época comum em que as pessoas usavam a oralidade.

Vivemos hoje os tempos da globalização, da multimídia e que a junção desses recursos amplia a ideia antiga que contribui para delinear o movimento histórico da literatura. Isso nos leva a afirmar que a poesia não abandonou de vez a música nem tão pouco a música abandonou a poesia.

Para ilustrar citamos poetas de algumas escolas literárias que integraram esse recurso universal chamado de intertextualidade na composição de seus poemas. A velha tradição de cantarem suas poesias. Os Trovadores: João Soares de Paiva e Conde de Barcelos. Os Humanistas: Antônio Correia de Oliveira. No Renascimento: Bernardino Ribeiro e Fernão Lopes. No Romantismo: Muitos foram os poetas que fizeram intertextualidade com base no poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manoel Antônio de Almeida, José Paulo Paes, Carlos Drummond de Andrade, Guilherme de Almeida, Mário Quintana, Robertson Frizero Barros, Adriel Gael, Mariáh Oliveira, Hênio Dos Santos, Murilo Mendes, Casimiro de Abreu, Jô Soares, Tom Jobim e Chico Buarque, Cassiano Ricardo. Os Contemporâneos: Muitos também aderiram a intertextualidade citaremos alguns deles: Dorival Cayme, Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhoto, etc.

Quero dizer que, é comum fazer intertextualidade. Compus o poema Canção da Água Viva, com base no texto bíblico: (João, 4,1-11, 56), num momento em que me encontrava com séria resistência em aceitar essa onda do mundo materialista consumista. Inquieta com a inversão de valores, adotei compor algumas canções em forma de súplica, as quais me favoreceram bastante, foi uma verdadeira catarse.

Desse capítulo citado acima, como ponto de reflexão se pode perceber Jesus pedindo água a samaritana e além da sede decorrente de Sua natureza humana, Deus sempre nos pede algo para oferecermo-nos alguma coisa maior. Lembremo-nos do que está escrito em Provérbios (Pr., 23, 26) “Meu filho, dá-me o teu coração, e que teus olhos gostem dos meus caminhos.” Deus não tem a menor necessidade de nosso coração, limitado e pecador. Ele o solicita, somente, para nos dar a água viva, a fonte de vida eterna Cada um de nós, cansados e sedentos, tem igual à Samaritana, seu poço de água de valores, de princípios, junto ao qual Cristo Jesus encontra-se sentado esperando.

Referências Bibliográficas:

AGUIAR E SILVA, V. N. Teoria da literatura. São Paulo, Martins, 1976.p.483:

DANTAS, A.R, Relação Intertextual. A paródia entre canção do exílio de Gonçalves Dias e Canto de Regresso à Pátria de Oswald de Andrade. Web. Artigos, 2010. Disponível em http:/WWW.webartigos.com. Acesso em: 30 de junho de 2011.

KOCH, Ingedore. Grunfeld Vilaça, BENTES, Anna Cristina, CAVALCANTE, Monica Magalhães - Intertextualidade: Diálogos Possíveis. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2008.

Rosa Firmo Beserra Gomes




















Maria Luiza Bonfim: presidente da AJEB/Ce, Rosa Firmo, Argentina e a presidente de honra Giselda Medeiros




















Cantora reina Isabel e Rosa Firmo

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