Sonhos,
sonhos, muitos sonhos realizados, isso só se almeja sonhando. É assim que eu e
o Gomes planejamos algumas viagens para realizar sonhos. No dia 29
de dezembro de 2012, saindo de Fortaleza, tomamos um voo com destino ao Rio de
Janeiro para lá embarcar no MSC Orchestra navio de uma empresa italiana. O
Gomes para matar a saudade de viajar pelos mares como sempre cumpriu longos
roteiros para Europa, estados Unidos quando trabalhava na Marinha do Brasil.
Quanto a mim, com alma de viajante, sempre gostei de conhecer outras paragens.
Viajar
de navio tem suas vantagens: a primeira é desfazer-se das malas uma única vez
mesmo que você visite diversas cidades numa só viagem. A outra, não há
limite de bagagem e ainda o importante é conhecer lugares interessantes e
diferentes, em poucos dias com muito conforto e entretenimento.
O
MSC Orquestra então oferece extraordinário conforto com design pioneiro e
tecnologia de ponta. O Orchestra é um navio bastante informal. Durante o
dia o traje mais comum é bermuda, camiseta e roupas de banho.
Todos
nós, em alguma época, em algum lugar, a respeito de alguma coisa, fomos ou
seremos marinheiros (ou aeronautas) de primeira viagem. O mundo nos parecerá
estranho em determinadas situações, em outras não saberemos como agir,
ocasionalmente poderemos fazer bobagem. Através da experiência e do erro
avançamos, adquirimos traquejo e desenvoltura. Não apenas no campo pessoal,
também no campo social. A humanidade como um todo enfrenta esse processo. Nesse
aspecto, o Gomes já tinha boas experiências.
Ao descermos do transporte do aeroporto
na Praça Mauá, no Píer do porto do Rio de Janeiro tal foi a nossa surpresa, o
navio que iríamos embarcar já estava atracado. Dirigimo-nos para fazer o
check- in e ficamos no aguardo da
chamada.
Ao embarcar recebemos os cartões
magnéticos que seriam utilizados para pagamento das despesas a bordo. Na
ocasião, ficou definido como seriam quitadas as despesas efetuadas. Por volta
de meio dia adentramos ao navio fomos para polpa ao restaurante nos
refrescarmos e tomarmos um suco, pois a temperatura no Rio estava muito alta.
Uma carioca de Santo Antônio de Pádua, muito simpática de nome Felicidade com
sua família pediram para ficar em nossa mesa e travamos uma amizade de viagem.
Ficamos conversando, aguardando as malas subirem para ocuparmos a cabine
reservada. Logo encontramos
as duas camareiras que cuidavam da nossa cabine, muito simpáticas, uma
brasileira e outra marroquina, os serviços delas, eram por demais
eficientes. Cada vez que voltávamos à cabine a cama estava arrumada e
decorada de modo diferente. O silêncio era o que mais me agradava. Observei
também que a tripulação era formada por pessoas de várias nacionalidades.
Ficamos o dia todo até as 18h00min no
porto do Rio de Janeiro, aguardando o embarque de todos os passageiros que
segundo um funcionário da recepção informou-nos que iria até as 17h00minh. A
bordo do navio estava ocupado por: 1000.000 tripulantes e 3000.000 passageiros.
Enquanto isso, aproveitamos para conhecer o luxuoso navio e desfrutar da bela
paisagem do Rio de Janeiro. Da varanda do solário o Gomes muito animado me
mostrava ali próximo, os navios da Marinha do Brasil atracados, também a Ilha
onde ele serviu no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk -CIAW. O CIAW,
localizado na baía de Guanabara, a Ilha das Enxadas tem como pontos mais
próximos do continente o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e o Píer da Praça
Mauá. Podíamos também apreciar as aeronaves decolando e pousando no aeroporto,
Santos Dumont, a Ponte Rio- Niterói e o Cristo Redentor. As 17: 00h recebemos
pelo serviço de som o aviso para fazermos um exercício de emergência com
coletes salva-vidas. As 18h00minh zarpamos para Ilha Grande, com previsão de
chegada no dia seguinte as 8:00h.
O navio possui um lindo teatro colorido,
moderno e iluminado. Os shows foram sensacionais. Tivemos uma apresentação com
tema italiano. Além do teatro, possui vários bares aconchegantes e
espaços com música ao vivo, Os espetáculos noturnos a bordo do Orchestra
merecem destaque. À noite após o jantar eu e o Gomes fomos ao teatro para uma
noite de Glamour apresentado pelo diretor do Cruzeiro “Enzo”. Após o espetáculo
fomos desfrutar do glamour Hollywoodiano no sofisticado Zaffiro Bar, que
oferecia um salão de dança onde tivemos oportunidade de acertarmos alguns
passos, ao som de músicas românticas. Cedo fomos para nossa cabine para o
descanso necessário e recuperar as energias para o dia seguinte aproveitarmos a
programação. Acordamos por volta de 07h00minh. Quando abrimos a cortina já
estávamos na Ilha Grande. Tomamos um reforçado café da manhã em seguida pegamos
a lancha para a Ilha. Aproveitamos para apreciar a beleza de reserva da mata
atlântica e fazer algumas fotos, pois a cidadezinha estava tomada de gente e
muito suja. Voltamos para bordo. Aproveitamos o dia com muito lazer em diversas
áreas do navio.
As 17h00minh zarpamos para Cabo Frio, uma
das belas praias do Brasil. O navio fundeou precisamente as 08h00minh como
estava previsto. Após o café as lanchas começaram a sair para as excursões à
cidade. O Gomes e eu decidimos fazer o passeio panorâmico. Ao chegarmos ao
sexto andar para pegar as senhas à fila estava enorme, hora já avançada,
desistimos, voltamos para a piscina do navio. Do solário observamos as barcas
transportando os fogos para o show da noite.
As 17h00minh zarpamos para Copacabana
para assistirmos o fantástico espetáculo da queima de fogos em comemoração a
entrada do ano de 2013.
No jantar na Vila Bourguesa
encontramos a cearense Irandê e família, que saíram para as excursões nos
informaram que não saíram de Cabo Frio; a cidade estava abarrotada de gente, o
trânsito caótico, eles não conseguiram chegar ao destino desejado. Foi melhor
optarmos não desembarcar e ficar curtindo as atrações do navio e minhas
leituras na Biblioteca, local em que observei o pouco movimento.
Na
chegada ao Rio, mais ou menos as 10h30minh podemos avistar nas areias de
Copacabana o palco para o show, e contamos quatorze navios afora os Iates
fundeados a espera do espetáculo. Descemos para cabine nos prepararmos e
seguirmos ao restaurante Vila Burguesa e nos servimos de um jantar especial,
regado a lagosta e vinho. O Gomes pegou um champanha e subimos para o solário
onde estavam concentrados quase todos os passageiros do navio para o momento
tão esperado. Ficamos abraçados eu e o Gomes, bridamos com o champanha e
agradecendo a Deus por muitas coisas boas alcançadas e pedindo por um Ano Novo
cheio de Paz para o mundo.
Ao deixarmos Copacabana as 02h00minh,
reservamo-nos na cabine até o alvorecer do dia. No trajeto para Ilhéus, fomos
contemplados com uma belíssima navegação panorâmica em meio a paisagens
deslumbrantes e ao som da canção Con Te Partiro de Andrea Bocelli e apito do
navio. Muito romântico.
No belíssimo fim de tarde
ficamos a apreciar pela janela do navio parte deste espetáculo entre ilhas e
mar tranquilo no aconchego do Gomes. Simplesmente maravilho.
Chegamos ao porto de Ilhéus
no dia 02 de janeiro as 1300h. O MSC organizou um transporte para visitarmos a
cidade baiana. Tivemos a oportunidade de conhecer o mercado de artesanato, a
Catedral, a Casa de Cultura Jorge Amado, o Bataclan, representa a
história de Ilhéus do começo do século XIX. Imortalizado nas obras de
Jorge Amado, o antigo cabaré, hoje transformado em Centro Cultural, se localiza
próximo ao porto e ao cais da antiga feira de Ilhéus, ponto de maior
movimentação da cidade. Aproveitamos o resto da tarde a beira mar de Ilhéus,
tomamos um delicioso sorvete e saboreamos o chocolate artesanal, por sinal
muitíssimo caro.
As 21h00min do dia 02
partimos de Ilhéus para Salvador, foi possível visualizar as luzes das cidades
de Belmont, Canavieras e Comantaduba, segundo informações do jornal de bordo.
Às primeiras luzes do dia, entramos na Baía de Todos os Santos para chegar ao
porto de Salvador por volta das 08h00minh o navio atracou. Após o café da manhã
poderíamos sair para Salvador. Como já conhecia preferi ficar a bordo, pois o
sol estava escaldante para andar pelas ruas da cidade. O Gomes foi até o
Mercado Modelo sozinho e arrependeu-se por ter de enfrentar atropelos e muito
sol. Aproveitei a manhã para minhas leituras e a tarde nós ficamos no Bar
Zafira ouvindo música e conversando com a mineira que fizemos amizade a partir
do segundo dia a bordo. À noite fomos ao restaurante para mais um jantar
requintado. Após o jantar fizemos compras nas lojas a bordo Duty Free Shop e
depois ao salão de dança onde ariscamos alguns passos.
No dia quatro, ainda em
navegação na rota Sudoeste pela manhã tivemos a oportunidade embora
distante de avistar o arquipélago Abrolhos, navegando assim entre espetaculares
barreiras coralinas.
Finalmente dia cinco chegamos ao Rio de
Janeiro, o momento de desembarcar. Cada categoria de cabine recebeu uma etiqueta
de cor diferente para ser colocada na bagagem na última noite do cruzeiro. Na
manhã do desembarque tivemos que desocupar a cabine logo cedo, mas tivemos
muito tempo para tomar o café da manhã. Os passageiros foram orientados a se
dirigir a um determinado salão ou ponto do navio de acordo com a cor da
etiqueta recebida. No local determinado era só aguardar a respectiva chamada
para desembarque. Tudo de acordo com a cor da etiqueta. Tudo tranquilo e
organizado.
Ao desembarcarmos no porto do Rio tomamos um
taxi para o hotel em Copacabana depois de muito aperto na saída do porto,
imaginem três navios com passageiros desembarcando! Horas a fio na fila até
alcançar à rua de saída.
Como já havíamos planejado ficamos cinco
dias no RJ até o dia nove após meu aniversário. Iniciamos uma nova jornada
turística. Nesses cinco dias visitamos diversos Espaços Culturais, exposições
de artes, como Centro Cultural Banco do Brasil. Impressionismo- Paris e a
modernidade - Obras–primas Museu de d’ Orsay, quadros de pintores renomados.
Dentre eles, Claude Monet, Renoir, Vincent Van Gogh, Manet, entre outros;
renderam-me algumas horas de perplexidade e contemplação. O Real Gabinete
Português de Leitura, algumas Igrejas, como a de Nossa senhora do Carmo,
passeios à praia de Copacabana e Ipanema, Jardim Botânico entre outros locais
agradáveis como a Lagoa Rodrigues de Freitas. Foi um banho de cultura, um
grande presente de aniversário. Dia nove, finda o sonho. Infelizmente logo pela
manhã tomamos um voo de volta para casa, enfrentar, diga-se, outra realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário