RIACHO SANTO
Alzir Oliveira
Sumiu
da minha infância o campo belo,
Mergulhado
em turbilhão de água barrenta,
Das
planas terras vasto lago se apossou,
Investiu
contra colinas e barrancos,
Velhos
coqueiros, testemunhas de outros tempos,
Frondosa
margem de um riacho santo,
Rosário
longo que já não se reza,
Palco
de histórias que já não se contam,
Soterrada
a memória e a gente franca,
Que
viveu anos a fio - velha planta.
Do
fundo das águas, ecoando, se ouvirão
Os
gritos do vaqueiro Cuné,
As
histórias de Lixande Leite,
As
gargalhadas de Dão,
As
rezas de Rita Vieira,
As
vozes dos penitentes da Semana Santa...
Por
sobre as águas, um movimento esquecido;
Na
superfície, uma vasta solidão.
06/03/03
1- Riacho
do Rosário, município de Lavras da Mangabeira, ribeira bastante povoada até a
década de 60, hoje transformada em barragem que cobriu uma vasta extensão,
exatamente aquela extensão que a minha infância alcançava.
Alzir é uma figura encantadora, homem culto e de uma simplicidade invejável.
ResponderExcluirEste poema revela seu carinho por sua terra natal.
Aplausos.